segunda-feira, 10 de maio de 2010
ILUSTRE RITO DA CAVALARIA, À MODA BRASILEIRA E COM BATATAS
No Brasil encontramos uma feliz diferença para com a Ordem DeMolay do restante do mundo, trata-se do já conhecido IRCB, Ilustre Rito da Cavalaria Brasileira. Isto é na verdade a Ordem da Cavalaria estruturada de forma mais ampla tanto em graus, quando em temáticas abordadas e o devido sistema de estudo.
Conseguimos uma ampla linhagem de “graus” na Ordem DeMolay, rituais belíssimos, filosofia singular e especial proximidade com os ritos maçônicos. Nossa Ordem da Cavalaria assumiu corpo a semelhança do Rito de York, enquanto os graus internamente são legitimamente filhos do Rito Escocês. É necessário fazer uma grande ressalva quanto a denominação popular de “novos graus” que foi dada as Ordens de cavalaria introduzidas em nossa estrutura. Estes “graus” que na Ordem da Cavalaria denominamos “Ordens” a exemplo das antigas ordens de cavalaria da idade média, não são novos, na verdade foram escritos na mesma época em que a Ordem da Cavalaria foi instituída.
Na década de 1950 vários rituais foram escritos por demolays estadunidenses, alguns foram divulgados e usados nos corpos. Alguns deles projetados para a Ordem da Cavalaria, eles surgiram especialmente no estado de Ohio. Quando nosso irmão, tio e amigo Alexander Paschoal King Jr; conhecido carinhosamente como “Pat” assumiu o posto de MCE e conduziu um longo trabalho de fortalecimento da instituição. No total existem em torno de 26 graus escritos para a Ordem DeMolay, sendo vários deles praticados com relativo apreço e sucesso em alguns estados. Nos EUA estes “graus” são organizadores e usados conforme a vontade individual de cada convento, não havendo uma organização nacional. Vale lembrar que a Ordem da Cavalaria no geral praticamente morreu no solo daquela nação e é pouquíssimo utilizada no resto mundo, exceto por aqui.
Nós organizamos o IRCB na seguinte forma: Ordem de Cavaleiro, conforme preconizado pelo próprio fundador FSL; Ordem de Cavaleiro da Capela; Ordem de Cavaleiro da Cruz de Salém, Ordem de Cavaleiro Ex-Templário, Ordem do Tableau, Ordem de Cavaleiro da Tríade, Ordem de Cavaleiro do Ébano, Ordem de Cavaleiro de Anon, Ordem de Cavaleiro da Cadência, Ordem de Comendador da Cavalaria, Ordem da Grã-Cruz da Cavalaria e Ordem de Cavaleiro do Manto Prateado. A Ordem de Cavaleiro é a porta de entrada para a Ordem da Cavalaria e sofreu poucas alterações sendo praticado livremente pelos conventos. Até a Ordem do Cavaleiro da Tríade é o que foi chamado de série histórica e de fato lida muito neste sentido. Em seguida temos a série filosófica que engloba as demais ordens até a Ordem de Cavaleiro da Cadência. As três últimas formam a série honorífica, não sendo concedida fora das indicações.
Assim obtivemos uma Ordem da Cavalaria à moda brasileira, unificada nacionalmente o que nos colocou mais uma vez a frente do mundo demolay. Mas não somente fizemos isso. Quando o IRCB foi implantado houveram alterações que infelizmente deturparam muitas de suas características originais. À Ordem de Ex-Templário foram adicionados sinal e palavra de reconhecimento, que originalmente inexistem; esta é uma ordem alegórica limitada. A Ordem do Tableau foi tristemente reduzido a um mini monólogo de apenas 5 minutos, quando na verdade é uma bela re-experimentação da lição central de toda a Ordem DeMolay, teve sua essência perdida e lançado a função de simples acessório.
A Ordem de Cavaleiro da Tríade, conhecida originalmente como “Tableau do Texas” teve sua tradução muito bem aventurada, podemos dizer pela felicidade da amplitude fonética e gramatical de nossa língua portuguesa. Nossa Ordem do Ébano foi suspensa sem necessidade e sua nova versão não correspondeu as expectativas e muito menos aos anúncios que tentaram justificar a sua privação para com os cavaleiros do Brasil. A Ordem de Cavaleiro de Anon praticado atualmente é uma verdadeira vergonha ao estudo e aplicação do ritual, esta sendo transmitido com emblema inexistente e brasão montado de forma errada; foi separado da Ordem de Cavaleiro do Ébano e criou-se ai um vácuo nada benéfico ao processo de desenvolvimento do pensamento crítico que desejamos propiciar aos nossos membros. A Ordem de Cavaleiro da Cadência a pouco surgiu e já foi transformada em objeto de política e teve sua conceituação mística pouco a pouco esquecida; aquela que deveria ser a coroação da caminhada esta sendo desprovida de seus detalhes íntimos que lhe conferem tamanha especialidade.
E para deixar a todos mui felizes, podemos esperar um pouquinho pois até hoje não temos estes rituais plenamente disponíveis, mesmo depois de anos de trabalho, e ainda teremos de ver a todos eles serem lançados em breve mais uma vez alterados de forma arbitrária. Só me resta chamar o garçom e dizer: “Moço, tem batatas no meu feijão”!
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