sexta-feira, 26 de março de 2010

BENDITAS REVISTAS



A Ordem DeMolay se estabeleceu no Brasil graças aos esforços do maçom Alberto Mansur, que tomou conhecimento da ordem em 1970, através da leitura do “ The New Age – July 1969”, comemorativo do cinquentenário da ordem. Assim bem já assevera o conhecido Wikipédia; pelo menos até ai. Esta viagem de nosso Dad Mansur foi uma das tantas realizadas por ele por encargo de sua posição a frente da maçonaria filosófica brasileira.
Mas o que pouca gente sabe é que outra figura, tão importante quanto já trabalhava pela introdução da Ordem DeMolay no Brasil. Em 13 de Novembro de 1957 era iniciado o querido tio Claudiomar Lopes Barcellos, na loja Fraternidade nº3; oriente de Pelotas/RS. Algumas semanas mais tarde já alimentando-se do conhecimento da biblioteca de sua loja ele depara-se com um exemplar em língua espanhola da revista “Life”, contendo grandioso artigo sobre as organizações paramaçônicas estadounidenses. Assim, exatamente, foi numa edição da “Life” que a ordem foi mostrada ao Brasil.
Estas duas benditas revistas plantaram em duas grandes mentes um firme e grandioso propósito. Em 16 de Dezembro de 1978 estes dois acabaram por encontrarem-se na concessão do grau 33 realizado na Sociedade Leopoldina, na cidade de Porto Alegre/RS; é neste momento que nasce a aliança que tornaria tão exitosa a experiência da Ordem DeMolay no Brasil. Mais tarde estes dois homens em conjunto fariam ainda em uma antiga máquina datilográfica a primeira tradução rápida do ritual demolay para a língua pátria.
Em 1974 era realizada na cidade do Rio de Janeiro/RJ a VII Reunião dos Soberanos Grandes Comendadores das Américas para o R. E. A. A; ocasião onde nosso tio Mansur conheceu pessoalmente o tio George A. Newbury, então Soberano Grande Comendador norte-americano; revelou a este o desejo de trazer para as terras tupiniquins a Ordem DeMolay. Este contato permitiu algumas tratativas iniciais mas ainda tímidas e sem efetividade de fato. Tempos mais tarde no ano de 1979, na cidade de Boston, nosso tio Mansur conheceu o então Grande Mestre do Supremo Conselho Internacional da Ordem DeMolay, o tio C. C. “Budy” Faulkner Jr. Este foi o homem que dotado de grande visão e apoio incondicional a causa demolay autorizou a sua instalação em nossa nação, e em 06 de Março de 1980 nomeava Alberto Mansur como Oficial Executivo da Ordem DeMolay para o Brasil.
Deste ponto em diante foi um salto para termos a concretização de tão árduo trabalho, sendo na data de 16 de Agosto de 1980 a coroação quando da instalação do capítulo Rio de Janeiro nº001, na cidade de mesmo nome, tendo como corpo patrocinador o próprio Supremo Conselho do grau 33 do R. E. A. A; o capítulo máter da América do Sul. Nascia ai, dentro da histórica casa, aquela que já havia sido comandada por Nilo Peçanha, Quintino Bocaiúva, Joaquim Saldanha Marinho, pelo Marechal Manoel Deodoro da Fonseca e tantos outros, a hoje prestigiada Ordem DeMolay brasileira. Herdavam assim a dádiva e o privilégio de poder servir a humanidade com o mais alto serviço altruístico. A repercussão foi tanta que a própria revista “The International DeMolay CORDON”, a revista oficial do International Supreme Council alardeou em seu volume de nº30, em Dezembro de 1980 o grande feito realizado as margens do Atlântico.
A nossa querida e amada Ordem DeMolay cresceu, formou milhares de jovens e começou a influir diretamente na sociedade; assim surgiu o interesse e a curiosidade dentro de nosso país por saber o que de fato faziam estes jovens que conseguiam conciliar toda forma de lazer, os estudos e um tão abnegado serviço filantrópico. Ainda é possível recordar, e citar como exemplo disto a matéria produzida pela jornalista Thaís Ferraz para a revista Época, repleta de ansiedade no desejo de desvendar este mistério chamado Ordem DeMolay. As milhares de linhas escritas nos honram, mas é nossa trajetória que nos faz verdadeiramente dignos dos elogios dos homens de bem.

Matheus R. B. C. De Noronha
Sênior DeMolay

sexta-feira, 19 de março de 2010

"DAD" MANSUR


Aos nos aproximarmos do vigésimo quinto aniversário do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, é justo iniciar as comemorações de nossas Bodas de Prata com a lembrança daquele que de fato tornou tudo isto possível; nosso querido e amado tio Alberto Mansur. Este homem de origem libanesa, portando consigo o sangue fenício do antigo oriente, realizou no Brasil a obra de sua vida, a Ordem DeMolay.
Iniciado na sublime ordem maçônica alcançou o seu grande destino como construtor e obreiro da instituição, sendo reconhecido como maçom dedicado em anos de serviço. Serviu no honrado posto de Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito do Brasil, trazendo consigo o inegável e raríssimo equilíbrio entre o tradicional sistema monárquico maçônico quando da manutenção das excelsas tradições, e o luminoso caminho da democracia, ao romper com os paradigmas e convocar pela primeira vez na história eleições para o mais alto posto da maçonaria brasileira.
Este homem vislumbrou uma nova e progressiva forma de construir o mundo, ao perceber que o investimento na juventude é o alicerce mais seguro para garantir um futuro melhor de nossa sociedade. Tomando para si a imensa responsabilidade de introduzir a Ordem DeMolay na nação do Brasil, interferiu diretamente no destino dos homens como poucos o fizeram em tão breve passagem por este plano de provas terrenas. Não deteve-se apenas ao inicio como preconizou o amado tio Land, mas foi além, desenvolvendo nesta terra auri-verde aquela que legitimamente por seus esforços tornou-se a maior organização de jovens do mundo.
Teve atuação vital de igual forma na introdução em nossa pátria, da Ordem Internacional das Filhas de Jó e da Ordem da Estrela do Oriente. Com isto não somente era exemplo de cidadão mas punha na prática os ideais iniciáticos; ora, haveria melhor altar as virtudes do que o coração humano? E melhor forma de condenar ao fosso as vicissitudes e a imoralidade, dando a cada ser humano a possibilidade de alimentar dentro de si a divina centelha que arde como testemunha de nossa natureza espiritual? Não se fazia apenas um beneficio para a maçonaria, mas dava-lhe novamente um sentido de existência, ora pois, a verdadeira maçonaria não é aquela dos belos trajes e templos cintilantes recobertos de riquezas, dedicada apenas a especular e a regurgitar seus títulos, mas a dedicada a operar de fato em seu meio e ser o método de transformação do ser filho de Deus e por consequência do todo.
Filho, irmão, marido e pai. Grande estudioso, comerciante, dedicou-se a inúmeras atuações em sua vida e fez dela um exemplo. Como todos os verdadeiramente grandes homens, não nasceu grande, mas fez-se grande pelo esforço e dedicação a causa do bem. Os homens de valor não são medidos apenas pelo número de amigos, mas de forma peculiar pelos seus inimigos que surgem naturalmente na defesa sólida de seus valores pessoais. Este nome controverso dentre muitos círculos é apenas um exemplo disto.
Hoje quando vemos a Ordem DeMolay brasileira, a maior e mais forte jurisdição do mundo, temos a certeza de que ela é o robusto Cedro plantado por nosso amado Dad Mansur, cujos jovens de suas fileiras, que encerram em seus lábios o mesmo antigo votum, serão eternamente as raízes e galhos da maravilhosa obra divina, aquela que a mais de 800 anos já era defendida por uma bandeira alva e rubra. Assim estava escrito, Maktub !
Tio Mansur, seu nome ecoará na eternidade, não pelos livros, mas em nossos corações.

Matheus R. B. C. De Noronha
Sênior DeMolay – CID 40942