domingo, 25 de abril de 2010

A PONTA DA ESPADA


Mais uma vez a guerra influi na Ordem DeMolay. Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos membros da ordem foram enviados aos campos de batalha e participaram dos sangrentos conflitos, especialmente em solo europeu. Ao término da grande guerra alguns destes permaneceram nos países ocupados e estabeleceram novos capítulos, pelo que podemos citar o exemplo do surgimento da ordem na Alemanha que foi justamente assim. No entanto a maioria retornou aos EUA e retomaram suas vidas. Estes demolays que haviam participado da guerra tinham seu interesse de certa forma diminuído pelos trabalhos no capítulo, e em grande parte pelo amadurecimento acelerado que tiveram. Havia a necessidade de algo novo para reascender a chama da ordem nestes jovens. Então tio Frank Sherman Land decidiu que a semelhança da maçonaria era o momento oportuno de criar uma nova estrutura associada a organização.
E assim surge a “Knighthood”, ou a Cavalaria. Surgia a ponte entre o valor militar dos jovens que haviam retornado da guerra e dos antigos cavaleiros da idade média. Land aproveitou o antigo código de fidelidade a Deus e lealdade ao senhor feudal para incorporar os valores de fé em Deus e lealdade a nação, atributos tão evidenciados pelos jovens durante a segunda guerra. Notando o valor de liderança destes demolays mais velhos deixou claro na Ordem da Cavalaria, “nós aceitamos em nossas fileiras apenas aqueles que, pela prática e devoção à causa do bem, lideram em todo campo de empreendimento. Como os cavaleiros do passado, nós nos consagramos à proteção dos fracos e necessitados, dos oprimidos e dos que sofrem, e para construir uma ponte da cavalaria para uma vida melhor”.
Foi desta forma que dad Land decide escrever um novo ritual, conhecido inicialmente como “Parlamento DeMolay – A Ordem da Fidalguia”, e cujo nome “oficial” inicialmente era “Cavaleiros da Cavalaria da Santa Ordem dos Soldados Companheiros de Jacques DeMolay”. Suas unidades foram batizadas como “Priory”. No inicio a Ordem da Cavalaria funcionava a nível capitular, exatamente como eram as lojas capitulares do REAA, que iam do grau de Aprendiz até o 18º (Cavaleiro Rosa Cruz). Assim o convento, ou “priory” tinha o mesmo nome do capítulo. Land iniciou vários jovens na “Ordem da Fidalguia” e percebeu que isto renovava a motivação destes, especialmente nos trabalhos do capítulo, propôs a criação oficial tendo sido aprovada em 1946 pelo ISC; fez assim estruturar a ordem. O primeiro convento foi instituído no capítulo mãe em Kansas City, tendo como membros os chevaliers deste capítulo. O primeiro convento recebeu sua carta constitutiva em 27 de Outubro de 1947, e realizou sua primeira sagração em 10 de Janeiro de 1948.
Land definiu: “Não é um grau honorífico ou prêmio. É um grupo de trabalho engrenado nas atividades que os meninos mais velhos querem e gostam”. Logo no primeiro ano outros 51 capítulos solicitaram cartas constitutivas para instituírem seus conventos. Em Erlanger, Kentucky, de 4 a 7 de Julho de 1974 houve a primeira convocação internacional, consagrando a Ordem da Cavalaria. No entanto, atualmente a Ordem da Cavalaria esta em decadência nos EUA e esquecida pelo mundo, conservando sua força apenas no Brasil e ainda de certa maneira no Paraguay. Existem alguns casos, como o da Pennsylvania onde a “Knighthood” esta oficialmente proibida, tendo sido taxada de grave distração ao programa demolay.
Cavaleiros vós sois a ponta da espada, os primeiros a entrarem em combate e não descansarão até que a vitória seja assegurada. Vós sois o exemplo da ordem, e a linha de frente em qualquer combate, devem estar no centro onde o risco é maior e defenderão seus irmãos mais novos mesmo que com o custo da própria vida, isto é a cavalaria! Cavaleiros permaneçam firmes e que nossas esporas se choquem em cavalgadas futuras.

sábado, 17 de abril de 2010

SOLDADINHOS DE CHUMBO



E lá vem a historinha: Em 1919 foi fundada a Ordem DeMolay, e lá foram iniciados alguns homenzinhos, que fizeram algumas reuniões e assim surgiu nossa instituição. Mas que grupo de jovens exatamente era este que podia integrar nossas fileiras? Jovens, do sexo masculino, de conduta correta e elevada moral, mas e a idade? Á sim, entre 12 e 21 anos. Mas isto terá sido sempre assim? A resposta é NÃO. Hoje a frase: “entre 12 e 21 anos incompletos” é automática quando definimos “demolay” mas nem sempre foi assim. Relembremos que Louis Gordon Lower era um jovem adolescente e não tinha mais 12 anos quando da fundação de nossa organização.
Assim quando nosso amado tio Frank Sherman Land começou a estruturar nossa ordem definiu que dela fariam parte apenas jovens entre os 16 anos completos e os 21 incompletos. E assim foi por muito tempo. Pese que ai é forte a divisão pela faixa etária, que desta forma reunia jovens com os interesses e atividades similares, pois estão na mesma fase de desenvolvimento mental, emocional e no mesmo nível estudantil, bem como em inicio da fase laboral. Dad Land percebeu que jovens da mesma faixa etária interagiam melhor e portanto tendiam a produzir de forma mais espontânea a verdadeira convivência fraternal. Esta definição perdurou por aproximadamente três décadas, sendo alterada por volta da segunda metade dos anos 40; época em que a idade mínima foi diminuída para 14 anos completos. Uma nova alteração é feita na década de 70, diminuindo mais uma vez a idade mínima agora para 13 anos.
A primeira pergunta, por óbvio, é sobre qual o motivo destas alterações, sobre o que teria forçado a Ordem DeMolay a mudar um dos planos originais de seu fundador. A resposta para estas indagações esta nas datas em que estas mudanças foram implementadas. A própria fundação da Ordem DeMolay ocorreu depois de uma série de fatos graves envolvendo os Estados Unidos da América; primeiro o país foi varrido por uma epidemia de Pólio em 1916 e depois por outra de Tifo em 1918, nossa ordem surge poucos meses depois do fim da Primeira Guerra Mundial, até então “A Grande Guerra”. Tudo gera a verdadeira necessidade de reagrupar a juventude, afirmar os valores nacionais e criar a base para uma nova fase de crescimento.
A primeira alteração diminuindo para 14 anos o ingresso ocorre logo depois do término da Segunda Guerra Mundial, que sendo o conflito mais sangrento de toda a história da humanidade manchou todas as sociedades constituídas exigindo delas nova postura. Depois a idade diminui ainda para 13 anos e isto ocorre em consequência do imenso desgaste estadunidense com a guerra do Vietnã; nesta vergonhosa derrota moral perdeu-se uma quantidade imensa de jovens e conjuntamente o sentimento de supremacia perante as demais nações, o que fere o ideário daquele povo. Estas mudanças no meio “demolay” é parte da onda de iniciativas que surgiram para equilibrar os estragos causados pelos conflitos. É um chamado a juventude para que participasse ativamente e formassem as próximas fileiras em defesa daquela nação. Pelas ruas cartazes convocando os jovens profanos ao serviço militar e não é de se duvidar que pelas lojas corressem impressos com nosso tio Land usando seu barrete do Shrine, apontando seu indicador sobre a frase “I want you for DeMolay”.
Em Julho de 1999 registramos nova alteração, e a idade mínima cai para 12 anos. Desta vez sem vinculação com crises externas, mas sim dentro da própria instituição que entrava em declínio aberto nos E.U.A. No Brasil percebe-se esta adaptação na constituição alterada em 10 de Maio de 2000, pela circular 020. E assim a Ordem DeMolay sempre esteve patrioticamente produzindo os soldadinhos de chumbo com os quais os deuses brincam e gostam de chamar de “homens”.
A Ordem da Cavalaria desde sua origem teve como regra a idade mínima de 17 anos, atualmente alguns estados dos EUA aplicam exceções para que um jovem demolay seja sagrado cavaleiro aos 16 anos conforme seus serviços já prestados a organização. A honraria de chevalier que é fixada no mínimo de 19 anos surgiu desta maneira mas teve breve período com a exigência de apenas 17; novamente existem exceções estaduais nos EUA. Algumas alterações também ocorreram para a Legião de Honra. A única fixação etária que permaneceu inalterada é a passagem automática do Sênior aos 21 anos.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Um CARD, um DIPLOMA?



Todo jovem demolay tem ou já teve em suas mãos uma CID, Carteira de identidade DeMolay, ou no caso de alguns demossauros como este que vos escreve, tiveram até o famoso mas raríssimo Demolay Card. Os cards de reconhecimento e regularização tiveram inicio em nossa ordem no mesmo ano de 1919, baseando-se no uso e costume da maçonaria; de mesma forma ocorreu com os diplomas de iniciação.
De inicio a ordem no território dos Estados Unidos da América utilizavam seus Demolay Cards feitos em papel ou papelão; antigamente eram verdadeiras rifas improvisadas, impressas em papéis com dupla face, a frente alguma imagem simbólica que era alternada anualmente e espaço em branco para que fosse adicionado a mão o nome do portador, do capítulo e a assinatura do escrivão. Atrás havia um pequena mensagem informando que aquele determinado capítulo possuía uma carta regular para os seus trabalhos. E a impressão simbólica da assinatura do Secretário Geral, a saber, por longa data cargo ocupado pelo próprio Tio Frank Sherman Land. Seguia-se então nesta mesma face um mini formulário para que o portador preenchesse com seus dados pessoais; o inusitado é que não somente os dados normalmente indicados eram usados como cidade, estado, e assinatura, mas também eram pedidas as medidas de altura, a coloração dos olhos e dos cabelos e o mais peculiar, o tamanho dos pés. Infelizmente é notório que até hoje os EUA usam algo parecido, e ainda em papel.
No Brasil desde o inicio da ordem também usou-se dos Demolay Cards, que eram ainda também em papel, no entanto muito mais simplistas. Quem tinha a sorte de receber o seu tinha em mãos apenas uma tira de papel com um imenso logo do supremo conselho a frente juntamente com seu nome e número de cadastro, e no verso nada de grandioso apenas as datas de iniciação e elevação. Mais tarde as credenciais brasileiras foram rebatizadas como CID, Carteira de Identidade DeMolay, já emitidas em PVC, conservaram o estilo, com um frente simbólica e variável anualmente e um verso bem mais avançado, que conta com o nome do portador, categoria dentro da organização, nome do capítulo, convento, corte, e as datas dos graus, ai já inclusos a Ordem da Cavalaria. Ainda se percebe o número de cadastro visível as datas de emissão e validade, e na lateral um código de barra que um dia se Deus quiser ainda usaremos para alguma coisa. Este modelo é o em vigor em nossa nação e o mais avançado do mundo.
Como na maçonaria a Ordem DeMolay instituiu logo cedo o costume de conferir diplomas certificando a iniciação na ordem, no entanto estes diplomas de membros só eram concedidos quando o irmão recebia o grau DeMolay, atingindo assim sua plenitude como membro da ordem, tendo em si não somente os direitos mas principalmente os deveres de irmão, membro e exemplo de cidadão; este costume-se institucionalizou-se em todas as jurisdições do mundo e permanece assim até hoje. Antigamente os diplomas eram verdadeiras obras de arte, com enunciados belíssimos em letras góticas e figuras celestiais que denotavam a elevação espiritual produzida pelas iniciações de nossa ordem. O Brasil usou um modelo simples e sem nenhum acabamento por muito tempo, baseando-se em um papel branco com algumas linhas. No momento em que vivemos encontramos algumas versões um pouco mais estilizadas, havendo até em algumas a figura de nosso patrono Jacques DeMolay. Cada vez mais tem-se visto versões produzidas pelos próprios capítulos afim de sanar as falhas operacionais na emissão destes no âmbito e responsabilidade do supremo conselho.


Podemos com absoluta certeza dizer que os diplomas e as credenciais são características históricas de nossa organização e que guardam de certo modo nossa existência como testemunhas que nos acompanham a quase um século. O diploma é a certificação oficial do status de membro de um irmão e sua credencial a apresentação formal e comprovação de sua regularidade. Irmão demolay, tenha estes documentos consigo, exija-os e os guarde orgulhosamente.

sábado, 3 de abril de 2010

ANIMÉ TROPICAL



Eis que já se havia fundado a Ordem DeMolay no Brasil, já tínhamos nossos jovens animês vampiros vagando pelos mosaicos quadriculados nacionais; e o que mais caberia a fazer nestas terras? Muitos diriam que nada pois já havia a possibilidade de iniciar os jovens desse país e ensinar-lhes as virtudes de nossa fraternidade. No entanto, houve um feixe de luz sobre as mentes da época para que aqui se firmasse o desejo de soberania alavancado pelo mais legítimo ensinamento demolay de patriotismo. E adivinhem quem surge outra vez senão o nosso “bom velhinho”.
Nosso tio Alberto Mansur em 1984 já havia conduzido uma bem sucedida campanha de apresentação da Ordem DeMolay pelo Brasil, e mais uma vez tinha seus pés na cidade de Boston, oportunidade onde encontrou-se com o então Grande Mestre do International Supreme Council, o tio Don W. Wrigth. Apresentando-lhe o bem sucedido caso da ordem na nossa pátria onde em apenas 5 anos, sendo uma instituição nova e enfrentando o arcaico conservadorismo que não aceitava jovens trabalhando em templos sagrados, já havia logrado o resultado grandioso de 25 capítulos devidamente instalados e trabalhando, a solicitação de tantos outros e o gratificante número de mais de 3 mil jovens em suas fileiras. Era o prenúncio da maravilha que somos hoje.
Foi então na abençoada data de 12 de Abril de 1985, na câmara municipal da cidade do Rio de Janeiro que o tio Don W. Wrigth, GM do I.S.C; acompanhado do Irmão Steven W. Borror então Mestre Conselheiro Internacional entregaram nas mãos do tio Alberto Mansur a carta constitutiva do SUPREMO CONSELHO DA ORDEM DEMOLAY PARA O BRASIL. Na mesma data ainda foi assinado um Tratado de Mútuo Reconhecimento, Confiança e Irmandade. Este tratado estabelece já em sua primeira página que de acordo com a resolução adotada em Sarasota/ Florida, na data de 09 de Maio de 1984, in verbis “... CONSTITUI o Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, Supremo Autônomo com Independência e todo o Poder e Autoridade em todos os assuntos pertinentes ao governo da Ordem DeMolay no Brasil e por meio deste RENUNCIA ao dito Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil a própria autoridade do Supremo Conselho Internacional...”.
Então depois dos E.U.A; Austrália, Canadá e Filipinas era o Brasil que conquistava sua posição como supremo conselho, posição soberana de onde passa a dialogar como igual para com as demais nações que haviam conquistado este status. Não mais eramos dependentes das orientações e permissões estrangeiras, mas livres para doutrinar sobre nossos próprios pensamentos enquanto instituição nacional. Passamos a ser soberanos para decidir sobre nossos próprios caminhos e principalmente, alcançamos o posto de reconhecidos e fiéis guardiões do magnifico esforço de investir na juventude, mantendo viva no Brasil a centelha abençoada que o nosso amado tio Frank Sherman Land havia iniciado.
Ao contrário de muitas instituições o inicio de nossas atividades não foi marcado por uma pedra em um canteiro de obras, mas por uma carta, ato dos homens em sua simplicidade diante de deus que foi basilar para que estivéssemos hoje fincando verdadeiros obeliscos na sociedade com o bom exemplo de nossos jovens. E acima de tudo, pelo fato de sermos a mais sincera, a mais filosófica, a mais tradicional, e principalmente a mais fraterna de todas as agremiações juvenis de nossa era, é que podemos dizer inequivocamente que temos todos, ativos e seniores, independente de graus ou honras no mais profundo de nossos seres, encravado em nossos corações o grande bloco sagrado, que não é rocha sólida, mas o altar inviolável onde selamos nossos votos. Lá esta a nossa razão de nos acharmos aqui reunidos. E com orgulho hoje podemos dizer que diante de tudo e todos, nós somos a pedra angular sobre o qual se baseia a ordem, nós somos todos o Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil.