sábado, 19 de junho de 2010

O Nosso Tesouro




Muitos devem questionar qual a diferença entre a Ordem DeMolay e as demais organizações sociais, o que nos difere de um clube de serviços ou clube social, ou de uma sociedade de cooperação mútua, o que de fato é o grande diferencial encontrado apenas em nosso círculo? Essa questão foi respondida e defendida constantemente pelo próprio fundador, nosso amado tio Frank Sherman Land, ele sempre disse: “Nós temos um ritual”. De maneira simples e direta ele definia um de nossos maiores tesouros. Este mesmo ritual que vem sendo aviltado, recuperado, perdido e deturpado, estudado e questionado, divulgado e distorcido, este ritual que nos une espiritualmente.
Quando se fala em ritual na Ordem DeMolay ouvimos diversas menções sobre o quão lindo ele é, e de fato é sublime. E muito frequentemente ouvimos que é muito bom termos um ritual bem estruturado, super sério e surgem também as inevitáveis comparações; principalmente as com o ritual da Ordem das Filhas de Jó. Uma das primeiras coisas que se lembram é da figura do “coral” no ritual das nossas primas. Mas a estes queridos irmãos eu lhes digo, parem de rir, pois acreditem, nós também temos nosso “passado negro”. Nos primórdios de nossa ordem havia sim a utilização de cânticos litúrgicos. Aqueles que conhecem nossos “Secret Works” sabem que em uma determinada cerimônia, que os capítulos não costumam fazer sempre, existe o uso de badaladas, que é diferente de golpes de malhetes, em número impar, em métrica cabalística. A questão é que atualmente elas anunciam o inicio de um determinado trabalho e a transformação dos membros em um sentido mais profundo, no entanto antigamente isto servia apenas para anunciar que isto estava por acontecer, havia em seguida uma pequena canção, apenas algumas linhas poéticas, entoadas pelos membros do capítulo que evocavam a Deus determinada benção.
O ritual em sua concepção inicial é muito próximo dos ritos praticados até hoje nas igrejas evangélicas Presbiterianas, cultos congregacionistas que incluem o “ato amoroso” entre os membros como forma de vivenciar Deus. Assim ocorria em nosso ritual, o capítulo era reunido para entoar o ato sagrado em alguns momentos.
Até mesmo o modo como nos ajoelhamos usualmente hoje não é original. Nas primeiras versões os jovens permaneciam de pé, com as mãos unidas para baixo, reunidos em círculo em torno do altar dos juramentos, e apenas abaixavam suas cabeças enquanto o Capelão conduzia a oração. Este modo de reverência foi utilizado por breve período na Ordem da Cavalaria em território brasileiro. A posição de ajoelhar-se sobre o joelho esquerdo é uma alusão clara ao ato de oração de George Washington em Valley Forge, quando seu exército encontrava-se cercado, com fome e parcialmente destruído; daquele ponto em diante os rumos da guerra são inteiramente revertidos e o exército de Washington é confirmado nos campos de batalha como o superior.
A Ordem DeMolay consegue ainda o inacreditável no “mundo maçônico”, que é reunir em si características de diversos ritos; sendo estruturada externamente ao estilo “Rito de York” e recebendo toda esta influência no seu grau iniciático, consegue de maneira inesperada pular para a similaridade extrema ao Rito Escocês Antigo e Aceito em seu grau DeMolay; e usa da mesma escola dramática destes também na Ordem da Cavalaria. Dispõe seus oficiais ao estilo York, mas estes mesmos são de natureza escocesa. Não se deve esquecer que todas as falas são claras e diretas ao estilo “moderno”, “Francês” e de “Emulação”, que não são a mesma coisa. Tem inegavelmente a marca do rito “Adonihamita” ao constituir um afeto singular na instituição.
São estes detalhes que tornam nosso ritual tão precioso e cheio de singular valor. E transforma nossa instituição em algo diferente das demais, um de nossos maiores zelos deve ser justamente com nossa liturgia. Devemos lembrar sempre, “Nós temos um ritual”.

sábado, 12 de junho de 2010

Meus amigos....

Tava aqui pensando sobre amigos. É complicado dizer que alguém é amigo, pois amigo é palavra muito séria. Amigo tem que ser amigo sempre, em todas a shoras, em todo tipo de momento. Amigo tem que conhecer você e ainda assim gostar de você. Amigo tem que dizer a verdade mesmo que isso doa, e muito. Amigo tem que estar ao lado sempre, não pode se acovardar nunca, ou ele só esta aproveitando o momento. Infelizmente isso me faz ir cortando nomes e mais nomes na minha listinha mental. Eu sempre disse e cada vez tenho mais certeza que amigos tenho menos do que dedos, e essa é a realidade da vida, tão ingrata.

Achei essa citação de Oscar Wild, não é tudo que penso sobre amigos, mas combina com meu modo de pensar....

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábito.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa."

Oscar Wilde

LOBINHOS AZUIS

Mas a saga continua; nenhum ideal morre verdadeiramente, da mesma forma que a morte em si é uma ilusão, pois o espírito é imortal, já asseveravam com propriedade cada mestre da antiguidade e nosso patrono Jacques DeMolay, a convocar aqueles que perseguiram a Ordem do Templo a comparecerem no Tribunal Divino. A “Order of Chivalry” havia sido enterrada mas seu propósito seria reinvocado.

Se observarmos as constantes diminuições da idade mínima para ingresso na Ordem DeMolay veremos que sempre estão associadas a necessidade de captar novos membros, seja para compensar eventos externos ou mesmo por problemáticas naturais da ordem. Assim na metade dos anos 90 via-se o International Supreme Council mergulhado em dificuldades financeiras, jurídicas, e testemunhando um vertiginoso decrescimento em seu número de membros. Entre tantas ações optou-se por lançar novamente como ferramenta uma organização pré Ordem DeMolay. Surge em 1995 a “Order of Squires of Round Table” ou “Ordem dos Escudeiros da Távola Redonda. Ela surge na cidade Vancouver, estado de Washington. Visa reunir jovens do sexo masculino com idade compreendida entre os 10 e 12 anos; no Brasil dos 7 aos 12.

O inicio se deu pelos esforços dos tios Ralph Hooper, Lynn Taylor e Michael Senders. A inspiração original foi a figura do filho de Michael Senders, este primeiro grupo chamou para auxilia-los o Ir. e tio Edgar Trefts, Ex – Oficial Executivo para o estado de Washington e membro do ISC; ele escreveu o ritual original e conduziu o processo de aprovação da ordem. Por este motivo o irmão e tio Ed Trefts, como era conhecido, é considerado também um dos fundadores. Nos E.U.A. as unidades da ordem chamam-se “Manor”, cuja tradução aproximada é “solar”, mas no Brasil as conhecemos como Távolas. O primeiro manor foi instalado em Junho de 1997 na própria cidade de Vancouver / WA. Como o declínio da ordem não foi contido, infelizmente nos E.U.A. apenas cerca 20 solares encontram-se em funcionamento.

No Brasil a Ordem dos Escudeiros da Távola Redonda foi trazida no ano de 2002 pelos esforços do colégio alumni Juiz de Fora, onde devemos citar o trabalho e empenho dos irmãos Luís Fernando Marcelino Alves, Rogers Ferreira Pereira e Daniel Giotti de Paula. Este último grande divulgador dos escudeiros no Brasil. Conseguiram os rituais originais, traduziram e adaptaram a realidade de nossa Ordem DeMolay brasileira. A Ordem dos Escudeiros possui o seu Conselho de Honra, que funciona a espelho dos nossos conselhos consultivos. Eles são presididos por um sênior demolay que é chamada “Nobre Cavaleiro”, e composto por outros demolays. As távolas sempre patrocinadas por um capítulo, reúnem-se uma vez por mês em geral, com atividades rápidas no âmbito ritualístico e sempre que possível assimilando ações esportivas e de lazer. Os jovens escudeiros devem conviver com os seus irmãos demolays, colhendo em pequenas doses os exemplos e ensinamentos de uma vida iniciática, sem no entanto enfadar-los.

Utilizam para transmitir aos jovens membros os símbolos da Sabedoria, Verdade e Justiça. Incutem sutilmente assim as grandes virtudes morais que guiam o homem pela jornada terrena. O próprio nome “Távola Redonda” embora possua uma história de fachada sobre a primeira reunião em um clube com mesas arredondadas, designa o grande conhecimento velado, transmitido por toda a humanidade das mais diversas formas e alegorias. A Távola Redonda aparece principalmente em 3 momentos da jornada dos homens. Primeiramente a mesa de José de Arimatéia, depois a mesa sobre a qual o último Cristo celebrou sua ceia, e a lendária Távola do Rei Arthur. Todas portaram sobre si o vasilhame sagrado, emblema da espiritualidade dos homens e da eterna perseverança em obter uma vida a cada dia mais devota aos bons princípios.

Estes ensinamentos de forma muito singular são legados aos nossos escudeiros, que neste momento vivem um novo fôlego em nossa pátria, fruto do depósito da crença de nosso amado tio Sergio Luis Gonçalves. O próprio Land, entre várias citações expressou que um de seus sonhos era que, “todo capítulo tivesse junto a si uma corte”, tratando-se ao antigo embrião. Hoje temos uma segunda chance da providencia superior, saibamos aproveita-la!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Algum perdido...

Caso algum perdido por aqui ainda não saiba, quase todos os posts atuais estão sendo postados como artigos da série comemorativa dos 25 anos do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil.

www.cnod.org.br

O congresso que entrará pra história como o novo rumo de nossa ordem....

sábado, 5 de junho de 2010

PIMPOLHOS


De todas as nossas Organizações Filiadas e Paralelas a mais nova, e ao mesmo tempo a mais antiga é, podemos dizer, a Ordem dos Escudeiros da Távola Redonda. Mais nova evidentemente por ser de fato a última a ter sido criada, estruturada e implantada, mas também a mais velha, já que teve seu embrião e ideal de trabalho valorizado antes de qualquer outra. Como isso se deu? Pela “Order of Chivalry”. Devemos lembrar que de inicio a Ordem DeMolay era destinada para jovens do sexo masculino entre os 16 e os 21 anos, constituindo uma faixa etária bem mais restrita com relação a atualidade. Nestes primeiros anos a mente de F.S.L. já se dedicava a providenciar uma estrutura para os meninos que ainda não podiam ingressar na Ordem DeMolay. Deste desejo nasce a idéia de uma ordem associada.
O ideal inicial era o de uma organização aos moldes da cavalaria medieval. Pensando em tudo isto o tio Frank S. Land organizou uma instituição para jovens entre os 13 e os 15 anos, a batizou de “Order of Chivalry” e chamou Frank A. Marshall para que produzisse seu ritual. E assim foi feito. Trabalhos completos foram produzidos em 1927, e sendo apresentados ao International Supreme Council para aprovação, o que recebeu, em Abril de 1928. Duas características nos devem ser especialmente importantes do ponto de vista ideológico e objetivo. Primeiro que esta nova organização reunia seus membros em organismos chamados “courts”, o mesmo nome posteriormente utilizado pelos Lordes Chevaliers. Estas cortes eram patrocinadas tanto pelos Capítulos DeMolay, pelos Capítulos Alumni quanto por qualquer corpo maçônico diretamente; não havia exclusividade de ligação. E segundo, que intrigantemente Dad Land deixou claro que o objetivo desta ordem era sim o de conseguir jovens para a Ordem DeMolay, fazendo dela uma porta direta de captação de membros.
Neste momento Land já comandava uma poderosa força da juventude mundial e começava a distribuir tarefas em certos setores para o melhor andamento da ordem; é neste espírito que ele nomeia o irmão e tio Walter Christian Ploeser, (1903 - 1993) como “Administrador” oficial da recente criação. Nosso Ir. Wally como era conhecido, empenhou-se em instalar alguns organismos e fortalecê-los para que servissem de exemplo. A ordem nasceu também em Kansas City / Missouri, mas podemos destacar o mais forte que chegamos a registrar, situado na cidade de San Antonio / Texas, o W. T. Garven Court nº4, patrocinado pelo capítulo Albert Pike nº58, também reconhecido como um dos mais atuantes capítulos do mundo até hoje. Esta corte foi instituída em 29 de Setembro de 1928, e trabalhou até o final de 1931. O oficial comandante destas cortes recebia o título de “Ilustre Diretor”. Cada corte possuía seu conselho consultivo, formado por um Sênior DeMolay que o presidia, e outros DeMolays Ativos, que eram os conselheiros menores, ou Junior Advisors.
A estrutura já era tão avançada que cada corte contava com 13 oficiais. O Ilustre Diretor, Ilustre Diretor Adjunto, Primeiro Diretor, Segundo Diretor, Condutor, Condutor Assistente, Mestre de Cerimônias, Capelão, Guarda Estandarte, Mestre dos Trompetistas, Guarda Interno da Corte, Guarda Externo da Corte e Guarda dos Registros. Os trabalhos refletiam a constante preocupação de Dad Land com a juventude e o futuro dela. Ali estava ainda outra marca indelével da sagrada passagem: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que cheguem os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer.”, Eclesiastes 12:1.
Em 3 anos haviam sido instaladas apenas 18 cortes e o programa ainda enfrentava muita resistência, tendo seu sucesso comprometido. Em 1931 a ordem foi descontinuada, deixando de receber foco, apoio e interesse. O golpe mortal viria em Março de 1944 com a diminuição para 14 anos da idade mínima de ingresso na Ordem DeMolay. Infelizmente quando nosso 'Brother and Dad' Walter C. Ploeser assumiu como primeiro Sênior Grande Mestre do ISC, em 3 de Março de 1952 já não lhe restava muito a fazer. Morria Assim o sonho de uma organização associada sequencialmente anterior a ordem principal.

* A primeira imagem é do tio W. T. Garven, cujo nome foi homenageado na corte citada no texto.
** A segunda imagem é de Brunett Mason, último Ilustre Diretor da Order of Chivalry em 1931.

Algo Diferente..

Hoje fiz algo diferente, daquilo que nos deixa contente, mas de forma irreverente não se conta... Algo que nos deixa esperançoso, com o mundo nas mãos. Algo que depois só se pode esperar, pra quem sabe poder contar....

RENOIR, PIERRE AUGUSTE



Pierre-Auguste Renoir (Limoges, 25 de fevereiro de 1841 — Cagnes-sur-Mer, 3 de dezembro de 1919) foi um dos mais célebres pintores franceses e um dos mais importantes nomes do movimento impressionista.[1]
Desde o princípio sua obra foi influenciada pelo sensualismo e pela elegância do rococó, embora não faltasse um pouco da delicadeza de seu ofício anterior como decorador de porcelana. Seu principal objetivo, como ele próprio afirmava, era conseguir realizar uma obra agradável aos olhos. Apesar de sua técnica ser essencialmente impressionista, Renoir nunca deixou de dar importância à forma - de fato, teve um período de rebeldia diante das obras de seus amigos, no qual se voltou para uma pintura mais figurativa, evidente na longa série Banhistas. Mais tarde retomaria a plenitude da cor e recuperaria sua pincelada enérgica e ligeira, com motivos que lembram o mestre Ingres, por sua beleza e sensualidade.
A sua obra de maior impacto é Le Moulin de la Galette, em que conseguiu elaborar uma atmosfera de vivacidade e alegria à sombra refrescante de algumas árvores, aqui e ali intensamente azuis. Percebendo que traço firme e riqueza de colorido eram coisas incompatíveis, Renoir concentrou-se em combinar o que tinha aprendido sobre cor, durante seu período impressionista, com métodos tradicionais de aplicação de tinta. O resultado foi uma série de obras-primas bem no estilo Ticiano, assim como de Fragonard e Boucher, a quem ele admirava. Os trabalhos que Renoir incluiu em uma mostra individual de 70, organizada pelo marchand Paul Durand-Ruel, foram elogiados, e seu primeiro reconhecimento oficial veio quando o governo francês comprou Ao Piano, em 1892.

PRIMEIROS ANOS

Renoir nasceu em Limoges em 25 de fevereiro de 1841. Seu pai, Léonard, era alfaiate e sua mãe, Marguerite, costureira. Eram uma família de classe média e em 1844, mudaram-se para Paris para tentar uma vida melhor. Renoir estudou até os 13 anos, depois começou a trabalhar em uma fábrica de porcelana dos Irmãos Lévy onde pintava buquês e flores em artigos de porcelana. Ficou na fábrica até os 17 anos e depois foi trabalhar para M. Gilbert pintando temas religiosos vendidos a missionários e pintou em leques e tecidos que eram mais bem remunerados na época e que lhe permitiu juntar algumas economias.
Em 1862 após juntar dinheiro com seu trabalho, Renoir realiza seu sonho: aos 21 anos muda-se pra Parìs e entra para a École des Beaux-Arts de Paris ("Escola de belas artes"). Entrou também para o ateliê de Charles Gleyre. Assistindo às aulas no ateliê, além de aperfeiçoar a sua técnica, conquistou a amizade de Alfred Sisley, Monet e Bazille, com quem compartilhou dias de muita conversa e teorização em Paris e de árduo trabalho em Argenteuil, pintando ao ar livre.
Em 1863, Renoir abandonou a École des Beaux-Arts e passou a pintar ao ar livre em Fontainebleau. A sua primeira obra A Esmeralda entrou para o Salão em 1864, com ela Renoir conseguiu um certo sucesso. Porém após a exposição, Renoir destruiu-a. Em 1865, Renoir e seus amigos tornaram-se próximos de Manet depois, ele conseguiu uma certa noteriedade após expor as suas obras "Almoço na Relva" e "Olympia".
Com a guerra franco-prussiana, seus amigos pintores dispersaram-se e Renoir passou a se hospedar constantemente na casa do amigo Jules Le Couer. Foi na casa de Le Couer que Renoir conheceu Lise Trèhot que passou a ser sua modelo preferida durante um certo tempo. Entre as obras de destaque que Lise posou estão: "Mulher com a sombrinha" (de 1867), "A jovem Cigana" (de 1868) e seu último quadro como modelo que foi "Mulher com periquito" (de 1871).
Lise com a sombrinha é considerada sua primeira obra de destaque. Lise pousou para a tela em Fontainebleau entre as folhagens de uma floresta. Com um vestido todo branco onde poderia apreciar-se os jogos de luz e sombra. A obra era inspirada em Coubert. Apesar do relativo sucesso da obra na ocasião, Renoir atravessava dificuldades financeiras. Em 1869 morava com Lise, de dezanove anos, na casa de seus pais.
Em 1870, Renoir se alistou na cavalaria para lutar na guerra franco-prussiana, mas deu baixa um ano depois por causa de uma doença. Neste mesmo ano, morreria na guerra seu amigo Bazille

PERÍODO IMPRESSIONISTA

"Numa manhã um de nós já não tinha preto, e assim nasceu o Impressionismo."[1]
— Renoir

Entre 1870 à 1883, Renoir entra em seu período impressionista. Pinta várias paisagens mas suas obras são mais caracterizada ao retratar a vida social urbana.
No salão de 1872, ele expôs a tela "Mulheres parisienses vestidas como Argelinas" no Salão Oficial o que lhe conferiu grande sucesso. No ano seguinte, Renoir alugaria um apartamento em Montmartre onde pintou duas obras famosas: "O camarote" e "A bailarina". Em 1873, junto aos seus amigos impressionistas, Renoir expôs suas obras em um salão alternativo ao Salão Oficial de Paris que foi um fracasso. Neste salão alternativo, Renoir vendeu seu quadro "O camarote" por 425 francos.
No ano de 1875, Renoir vendeu "O passeio" por 1.200 francos. Com o dinheiro ele pode alugar um prédio maior em Montmartre onde ele pintou várias obras. Em 1876, Renoir pintou várias obras famosas: "Nu ao sol", "O balanço" e "Le moulin de la galette". A obra "Le moulin de la galette" foi exposto no terceiro salão alternativo dos impressionistas e trouxe-lhe grande reputação.

PERÍODO SECO

"Por volta de 1883, eu tinha esgotado o Impressionismo e finalmente chegado à conclusão de que não sabia pintar nem desenhar."[1]
— Renoir
Em 1881, Renoir passaria a buscar novas inspirações. Primeiro foi à Argélia depois à Itália. Na Itália, Renoir conheceu os grandes centros: Milão, Roma, Veneza, Nápoles. O que mais lhe impressionou na viagem foi ver de perto as obras de Rafael.
A viagem foi uma inspiração para buscar mais consistência em sua obra tentou tornar-se um artista em grande estilo renascentista. As figuras de suas obras tornaram-se mais imponentes e formais, e muitas vezes abordou temas da mitologia clássica. O contorno de seus personagens tornaram-se mais precisos, formas desenhadas com mais rigor e cores mais frias
Além de Rafael, Renoir foi influenciado pela obra de Ingres, pintor neoclássico, que admirava e defendia em debates com os amigos impressionistas
Esse novo período em sua arte, de 1883 a 1887, ficou conhecido como período seco. Nesta nova fase não houve mais espaço para pintura ao ar livre.
Renoir começaria a realizar estudos do qual surgiria uma de suas grandes obras: "As grandes banhistas" que só ficou pronta em 1887

PERÍODO IRIDESCENTE

Chamada pelo pintor de período iridescente, a partir de 1889 Renoir mudaria novamente de estilo. Era uma fase de recuperação da liberdade da juventude. Em 1890, ele pintou "Duas meninas colhendo flores" e "No prado". Passou também a pintar muitos nus e retratos (ainda uma das maiores fontes económicas do pintor).
Em 1894, Renoir teve mais um filho, Jean Renoir, que se tornaria um grande cineasta francês cuja maiores obras seriam A grande Ilusão e A Regra do jogo. Em 1901, Renoir e Aline tiveram mais um filho, Claude, apelidado de Coco.
Em 1903, Renoir ao piorar da artrite mudou-se para Cagnes. Passou a retratar Gabrielle, jovem contratada para servir seus pequenos filhos.
Sentindo cada vez mais dificuldades para segurar os pincéis e acabou tendo que amarrá-los às mãos. Começou também a esculpir, na esperança de poder expressar seu espírito criativo através da modelagem, mas até para isso ele precisou de ajuda, que veio na forma de dois jovens artistas, Richard Gieino e Louis Morel, que trabalhavam segundo suas instruções.
Apesar das graves limitações físicas, Renoir continuou trabalhando até o último dia de sua vida. Em 1908, ele pintou sua versão para "O julgamento de Paris".
Aline morreria em 1915 e Renoir em 1919 aos 78 anos.