Uma das maiores questões abordadas por todas as culturas e formas sociais no geral é sobre a existência e natureza de Deus. Ora, e para a Ordem DeMolay, Deus existe? Deve esta questão receber também razoável atenção de nossos membros. A Ordem DeMolay tendo sido criada por um cidadão devoto e extremamente envolvido pela doutrina cristã, recebeu desde o inicio grande carga de importância nesta temática. Nós a encontramos em nossos rituais e leis a similaridade da forma como é disposta pela ordem maçônica, influência da proximidade de estruturas que possuímos.
Devemos lembrar que “acreditar em um ser superior” independente da forma, nome ou qualquer outra característica é qualidade essencial para iniciação em nossa ordem. Constantemente ouvimos a referência ritualística a esta força superior, a quem de forma extremamente adequada e inteligente denominamos Pai Celestial, pois esta é sua natureza. Uma paternidade universal. É fácil definir a Deus, ao contrário das dúvidas das multidões. Existe uma forma antiga e tradicional de definir Deus como o ser Trino Perfeito. A este ser é natural 3 características, sendo somente ele o possuidor destas. Tudo o que o homem conseguir enquadrar neste triângulo, será Deus. Deus é Onipresente, e estando em tudo também é tudo, o que inclui o homem. Deus é Onisciente, sendo tudo e possuindo consciência de si mesmo sabe de todas as coisas. Deus é Onipotente, pois sendo o todo, e sabendo de tudo, tudo pode. Este triângulo perfeito observa e conduz a tudo que existe em todos os planos da criação.
Muitos poderão alegar que tudo isto trata-se de pura crença. Alguns podem tomar como exemplo Willian James, o pai da Psicologia Pragmatista americana, que defende sua posição alegando que, crer em Deus é resultado da cultura, da civilização e dos hábitos. Pois a todos estes lembrarei que o mundo evolui e devemos todos nos atualizar constantemente. Hoje a existência de Deus é comprovada pela dita ciência objetiva. Um dos mais respeitados médicos cientistas da atualidade, o Dr. Deam H. Hamer, importante personagem no processo da medicina em desvendar o código genético do Homo Sapiens, foi ainda além, estudando e comprovando a existência do gene especialmente incluso em nossa constituição, ponte com o ser supremo, o gene VMA - T 2.
A ciência agora atinge o campo da energia inteligente capaz de pensar, através de experiências feitas pela Universidade da Califórnia, em San Diego e em Los Angeles; quando o Doutor Michael Persinger, neurocientista, realizando tomografias PET, computadorizadas, com emissão de pósitrons localiza entre os lóbos temporais uma luz; que o Doutor Vilaianu Ramachandran, neuropsiquiatra denomina de “o ponto de Deus”, eis a comprovação cientifica do tão conhecido chakra coronário. Hoje a ciência abre espaço para admitir em seus ramos a anterioridade do espírito à concepção física; a psicologia trans-pessoal já reconhece a sobrevivência e a reencarnação, etc. A Dr.ª Hanna Wolff, psicanalista alemã, estabeleceu em seus estudos que o Amor é o momento culminante da evolução humana. Assim nos aproximamos da união de conhecimentos ditos antagônicos, físicos e espirituais.
Allan Kardec, formula com propriedade a questão “Que é Deus ?”, que consta como primeira pergunta do Livros dos Espíritos, e as entidades lhe respondem: “A inteligencia suprema do universo e a causa primeira de todas as coisas”. Ai se encontra uma perfeita definição de Deus sem o limitar. Sendo Deus o Absoluto não pode caber em uma definição simples, neste momento podemos definir Deus como “A Inteligência Suprema” não havendo limite, sendo ele a causa primeira de tudo. Acompanhando a doutrina evolucionista de Charles Darwin, e as propostas transformistas de Jean Baptiste De Lamark, que explicam a evolução. As primeiras moléculas que se aglutinaram na intimidade das águas salgadas dos oceanos profundos, resultado das ondas batendo nas rochas, liberando naturalmente cadeias de açúcar, formaram as primeiras organizações vivas. Tudo conduzido por esta Inteligência Suprema.
Isaac Newton certa vez disse: “A maçonaria esta vinculada a todas as religiões”. De mesmo modo podemos considerar a Ordem DeMolay, pois existimos pelo entendimento das leis divinas e daquele que as criou e sustenta. O Insigne Voltaire teve oportunidade de dizer: “A maçonaria é a entidade mais sublime que eu já conheci”, “Reúne as criaturas humanas para torna-las verdadeiramente irmãs.” Não é de se duvidar, que teria ele considerado nossa organização como tal se nos tivesse tido igual oportunidade de conhecer, pois fazemos tudo isto no estágio mais conturbado e determinante da criatura humana.
Octogenário, Marie Arouet Voltaire aceita tornar-se membro da Grande Loja, sendo iniciado na loja “9 irmãs”, em Paris. Estavam presentes, Catarina da Prússia, através de seus embaixadores. Representantes da Itália, França e Inglaterra. Furkluar, o grande químico francês, Benjamin Franklin o notável físico americano. Antropólogos como Lamark. A nata da cultura francesa do século 18. Depois da iniciação é levado ao senáculo sendo recebido por Joseph Lalande, o próprio fundador da loja, e Cordose diz que é uma honra para a ordem recebe-lo. Ai ele produz para todos nós um precioso ensinamento. Ele responde de improviso: “Dizem que eu não creio em Deus, e eu não creio em Deus! Eu não creio no Deus que os homens fizeram, mas eu creio no Deus que fez os homens”. Matava ele o Deus antropomórfico, o Deus das paixões e dos exércitos, como imagem e semelhança dos homens. Advoga ali a necessidade de outra conceituação de Deus. A conceituação maçônica e demolay.
Sócrates e Platão o chamavam “Eidos”, “a idéia”. Aristóteles: “Morfei”, “a forma”. Baruch Espinosa chamava-lhe “Naturas natures”, “a natureza da natureza”; Jesus o chamava “Meu Pai”, João Evangelista: “O Amor”. Outros: “Causa primária da Vida”. As criaturas dos primórdios humanos iniciaram cultos as forças ignotas do universo sem a necessidade de nomeá-lo. Este é o nosso Deus, o Deus Pai, o Deus energia, o Deus Espiritual. O Deus do sentimento e da compreensão de cada um; o nome, pouco importa!
No alto das montanhas do mar morto, diante dos céus transparentes da Palestina, na comunidade essênia. “Vinde comigo”, dizia o Mestre ao discípulo. “Contemplai esses céus azuis bordados de astros que nos espiam com sua claridade luminífera, e eu vos conduzirei pelos labirintos da vida, para que possais encontrar a plenitude, coroando-vos com a coroa de Keether. Vinde pois comigo e atravessai este corredor estreito, em um caminho muito apertado, que ireis perambulando vagarosamente, sois candidato ao encontro com a consciência. E é necessário que atravesseis este caminho perigoso”. Assim eu o digo neste momento: Vinde meu irmão, estudai e torna-te verdadeiramente iniciado, ou de outra forma de pouco valerá sua iniciação em nossa augusta ordem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário